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Paleão
e um pouco da sua história
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O forasteiro que se dirige no sentido poente nascente,
pela estrada que parte de Soure e
cruza com a Nacional de Lisboa ao Porto (IC2),
topa, ao dobrar a curva de um pequeno cerro olivifero, com o
casario matizado da pequena mas importante aldeia de Paleão.
Todo o panorama é bonito, encimado a nascente pela serra altiva e
arrogante da Senhora do Círculo, até à freguesia da Redinha e a
cujo conjunto de elevações, que se estendem de Condeixa às
proximidades de Pombal, os geógrafos chamaram Serra do Sicó.
Já a serra é pedregosa e nua. E só aqui e além aparece a copa
torcida ou o tronco árido e queimado de oliveiras. Talvez por isso,
para cá, muito mais para cá, vive-se e sonha-se.
Actualmente, Paleão
é um centro importante. E também já o foi posteriormente e, senão,
a título de curiosidade, vejamos :
Paleão, terra antiga, data dos primórdios da nossa História. Em
1219 grafava-se por Paleyom e em 1221 por Palaiom, até
1300, que modificou para Palayom de
Acervo. A partir dos séculos XVI e seguintes sofreu outras
modificações na grafia e aparece-nos, então, com as seguintes
evoluções : - Pallyon, Paallyam, Palliam e
finalmente Paleão.
E curioso apontar ainda que esta vetusta terra teve juiz ordinário,
vereadores, procuradores, escrivão da Câmara e era comenda da
Ordem de Cristo. Só a comenda de S. Mateus rendeu, em 1823, a
quantia de 142 mil-réis.
De Soure a Paleão ficava ainda a barbacã do castelo de Soure.
Câmara e julgado terminaram no ano de 1694, ficando desde ai sob a
jurisdição da vila de Soure.
Pode o forasteiro passar e não lhe descortinar o nome, mas na alma
há-se ficar-lhe, com certeza, a recordação de uma terra
diferente, progressiva, e não lhe esquecerão jamais, por muito
preocupado que vá, os seus vasos floridos que as pessoas,
cultivando com amor, colocam nas casas, nas ruas, fazendo assim,
de uma aldeia pequena um cantinho
florido, um canteiro de beleza no jardim de Portugal.
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